O envelhecimento no mundo contemporâneo | RDNEWS
Brasil tem envelhecimento recorde da população de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população idosa com 60 anos ou mais, corresponde a 15,6% da população. No Censo de 2022, o índice de envelhecimento do Brasil foi de 80,0, o que significa que havia 80 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica como idosos as pessoas com mais de 65 anos de idade. No Brasil há um Projeto de Lei para elevar de 60 para 65 anos a idade da pessoa considerada idosa, com a justificativa de que houve avanços significativos na qualidade de vida da pessoa idosa no país.
A Itália, considerou um laudo da Sociedade Italiana de Gerontologia e Geriatria para mudar oficialmente o conceito de idoso para 75 anos. Segundo dados da ONU, o Brasil é a sexta nação com o maior número de pessoas idosas, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos, Japão e Rússia.
Quando o Estatuto da Pessoa Idosa foi aprovado o Brasil, há vinte e um anos, o Brasil tinha 15 milhões de idosos, e em 2022 superou 32 milhões. O crescimento da população idosa é um desafio que exige dos governos a ampliação de programas direcionados a esse grupo. Em Mato Grosso, o desembargador Orlando Perri, coordena a criação da Rede Estadual de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa, um colegiado de vários órgãos, para trabalhar políticas públicas que restaurem a dignidade da pessoa idosa que precisa de serviços públicos. Disse ele, que no estado de Mato Grosso tem-se política, mas não tem sequer abrigos públicos e a carência não é apenas estrutural para atender quase 480 mil pessoas.
“Quando o Estatuto da Pessoa Idosa foi aprovado o Brasil, há vinte e um anos, o Brasil tinha 15 milhões de idosos, e em 2022 superou 32 milhões”
Eu começo a ter consciência que pertenço irremediavelmente ao grupo de pessoas que está envelhecendo no mundo contemporâneo, com acesso amplo a informação, conhecimento razoável de tecnologias que favorecem mudança de comportamento para caber dentro do propósito de uma vida mais longa e saudável, para permitir o prosseguimento no mercado de trabalho por mais tempo, promover meu auto sustento, considerando que vivo tranquila com a decisão de não escamotear as marcas do passar do tempo, mesmo sabendo que será difícil não levar em conta a aparência e considerar mais os conteúdos e as mensagens que as pessoas e coisas nos proporcionam.
Histórias de pessoas idosas narram guerras, processos migratórios, amores fatídicos e risíveis, fala de lutos, mas, não é em si, um desenvolvimento humano negativo. Corpo e mente bem cuidados pode dar bom resultado e mesmo que não dê, não faria eu, o pacto que fez Dorian Gray, no fabuloso romance escrito por Oscar Wilde, em 1890.
O livro trata sobre a vida de um homem, para quem, a beleza é a virtude mais importante, é contestado por um amigo que ressalta que a beleza e a juventude são sinais passageiros, Dorian Gray, a este ponto, declara que daria sua alma se um retrato pintado pelo amigo envelhecesse e enrugasse em seu lugar, enquanto ele continuasse jovem e bonito para sempre. Simultaneamente aos fatos da vida de Dorian, o retrato assume as faces das tragédias, indignidades e dissabores vividos pelo belo jovem, que mantém a aparência de irretocável beleza e juventude.
Decide então, tornar-se um jovem virtuoso para ver se o retrato se recomporia. O retrato, no entanto, continua mostrando um homem envelhecido, de aparência horrível. Enfurecido, Dorian Grey esfaqueia o retrato, ouve-se gritos e gemidos. Os empregados encontram no chão o homem velho de aparência má do retrato, com a faca cravada no peito e na parede, contemplam a figura do jovem bonito que Dorian Gray havia sido.
Olga Lustosa é socióloga e cerimonialista pública. Escreve com exclusividade para esta coluna aos domingos. E-mail: olgaborgeslustosa@gmail.com
FONTE: RDNEWS
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