Justiça decreta prisão de médico responsável por hidrolipo que causou morte de mulher em SP
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva (sem prazo) do médico Josias Caetano dos Santos, responsável pela hidrolipo que causou a morte da paciente Paloma Lopes Alves, 31, na clínica Maná Day, na Vila Carrão, zona leste de São Paulo, em 26 de novembro de 2024.
Os médicos são considerados foragidos.
A defesa de Josias foi procurada por ligação e mensagem na manhã desta quarta-feira (29), mas não respondeu até a publicação deste texto.
O 31º DP (Carrão) concluiu as investigações e o inquérito foi relatado à Justiça.
"O médico responsável pelo procedimento, bem como o outro proprietário e funcionários da clínica tiveram a prisão preventiva decretada e estão foragidos. A equipe segue em diligências visando localizá-los e detê-los. Os indiciados responderão por homicídio com dolo eventual", diz a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Paloma Lopes Alves passava por uma hidrolipo, procedimento que remove gordura localizada, na clínica Maná Day, quando passou mal.
Em entrevista à Folha em 27 de novembro, o médico confirmou que eles se encontraram pessoalmente apenas no dia da cirurgia e, na ocasião, procedimento foi novamente explicado à paciente e ao marido, que a acompanhava.
No decorrer do procedimento Paloma teve uma parada cardiorrespiratória. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado e a levou para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde ela morreu.
De acordo com o marido de Paloma, o contato entre a mulher e clínica foi todo realizado por meio das redes sociais. O pagamento da consulta foi realizado por transferências bancárias para uma empresa em nome do médico e custou R$ 10 mil.
Segundo a prefeitura, a clínica Maná Day não tinha licença da vigilância sanitária.
Josias Caetano afirmou, em novembro, que a clínica não é dele e que o paciente paga o procedimento ao estabelecimento e ele recebe uma porcentagem como prestador de serviço, sem vínculo empregatício.
"A clínica tem dono e responsável técnico. Até onde sei, estava regular e operacionalmente tudo certo", afirmou. O médico diz que o procedimento foi realizado com a presença de um anestesista, que ficou na sala de cirurgia todo o tempo.
Josias Caetano já foi acusado de erro médico por outros pacientes em que realizou cirurgias plásticas. Segundo o médico, foram dez processos criminais, sendo nove arquivados e apenas um em fase de investigação.
"Teve 20 pacientes mais ou menos com reclamação, sendo que a maioria era questão estética de posicionamento de cicatriz. Temos perícia criminal que não constatou erro", disse o médico.
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