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Santa Terezinha,21/02/2025

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Governo apreende produtos suspeitos de serem 'café fake'; matéria-prima tem casca e grãos com defeitos

g1.globo.com
Governo apreende produtos suspeitos de serem 'café fake'; matéria-prima tem casca e grãos com defeitos
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Ministério da Agricultura recebeu denúncia de fraude e fiscalizou dois estabelecimentos que produzem 'pó sabor café'. Produto comercializado também foi apreendido, como medida cautelar, e está sendo analisado. 'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
O governo federal apreendeu produtos suspeitos de serem "café fake", também apelidados de "cafake". Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a matéria-prima utilizada no produto comercializado também foi apreendida.
Além de investigar os produtos coletados, o ministério também verifica se todos os produtos chamados de "pó sabor café" são considerados fraudes ou se podem se enquadrar na legislação, por exemplo, na categoria de "preparados sólidos" ou na de "mistura para preparo de alimentos". Leia mais abaixo.
'Café fake': saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira, para não errar nas compras
A ação foi realizada em dois estabelecimentos após o ministério receber denúncias de fraude de café.
O ministério não informou quais são as marcas que sofreram apreensão ou onde estão localizados os estabelecimentos. Mas a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) disse que encontrou este tipo de produto sendo comercializado nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
De acordo com o ministério, os produtos finais (os pós usados para preparar a bebida) que foram apreendidos nos estabelecimentos ainda estão em análise, e só após o resultado será possível afirmar se os itens são, de fato, uma fraude, disse o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.
Nos dois locais fiscalizados, no entanto, os agentes encontraram irregularidades nas matérias-primas utilizadas, como cascas, grãos defeituosos (quebrados, pretos e ardidos, por exemplo) e aromatizantes. Nas embalagens dos produtos comercializados, a polpa do café era informada como ingrediente, mas ela não foi encontrada na apreensão.
Para ser considerada café, a bebida tem que ser feita apenas do fruto. Saiba mais aqui.
Matéria-prima apreendida pelo Ministério do Agricultura em estabelecimentos que produzem "pó sabor café"
Ministério da Agricultura/Divulgação
Segundo Caruso, as empresas que sofreram apreensão alegaram que informam na embalagem que o produto é apenas de um "pó sabor café" e que, por isso, não estariam enganando o consumidor. Elas também dizem que têm autorização da vigilância sanitária.
As informações sobre as apreensões foram confirmadas também pela coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal do Mapa, Ludmilla Verona, durante evento sobre o combate à fraude de café nesta quarta-feira (19).
O que é o 'café fake'
Com o café a quase R$ 50, o "pó sabor café" tem se espalhado pelos supermercados e acabou ganhando o apelido de "café fake" ou "cafake".
O item, que não é o mesmo que o pó de café, pode confundir consumidores porque tenta imitar as embalagens de marcas famosas — a descrição "pó para preparo de bebida sabor café" fica em letras pequenas, na parte de baixo dos pacotes. Além disso, ele é mais barato.
Em janeiro, um pacote de 500 g de uma marca de pó saborizado poderia ser encontrado nos supermercados por R$ 13,99, informou a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
A legislação brasileira de alimentos tem algumas categorias que poderiam, caso o ministério assim entenda, enquadrar casos como o pó sabor café.
Por exemplo, a "mistura para preparo de alimentos ou bebidas", que abrange os alimentos compostos por mistura de ingredientes que são adicionados de outros itens, como água, para o consumo. Alguns exemplos de produtos inclusos nessa legislação são cappuccino e massa para bolo.
Existe ainda a categoria dos "preparados sólidos", que regulamenta as chamadas bebidas saborizadas. É o caso de chás e refrescos.
Nem todos os produtos conhecidos como "café fake" deixam claro o que foi usado na sua composição.
Alguns deles informam na parte de trás da embalagem que utilizam a "polpa do café". Contudo, a Abic esclarece que a polpa, na verdade, é colada à casca do fruto, ou seja, não pode ser completamente separada dela.
A Abic também alerta que esses produtos não especificam o quanto de café é utilizado na receita, bem como a quantidade de impurezas presentes.
A legislação brasileira permite que o café possua até 1% de impurezas naturais da lavoura (como galhos, folhas e cascas) e matérias estranhas (por exemplo, pedras, areia, grãos ou sementes de outras espécies vegetais, como de erva daninhas).
A lei, porém, proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Há ainda os produtos que não contêm café entre os ingredientes. Eles podem ser feitos de cevada ou milho, por exemplo.
E em muitos casos há a presença de aromatizantes, o que transforma o item em um ultraprocessado, diferente do pó de café que o brasileiro costuma consumir.
Saiba como diferenciar café do 'fake café' pela embalagem
Bruna Azevedo / arte g1
Embalagem que induz ao erro
Apesar de informar na embalagem que se trata de um "pó sabor café", as marcas trazem fotos de uma xícara de café, acompanhada por grãos — além de imitar cores, fontes e terem nomes similares às marcas populares. Tudo isso pode induzir o consumidor ao erro.
Foi o que aconteceu com a marca Melitta. Um dos produtos "pó sabor café", além de imitar as cores da embalagem, também criou um nome similar: "Melissa".
"O problema desses produtos é que eles utilizam no rótulo elementos visuais dando a entender que se trata de café, quando, na verdade, o que tem dentro da embalagem é outro componente", diz Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec).
Segundo a nutricionista, há uma confusão parecida que envolve o iogurte e a bebida láctea.
"Os dois produtos são permitidos. A questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa, enquanto na verdade é outra", afirma a nutricionista.
Pó sabor café que imita o café Melitta. Foto foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), que está denunciado os casos.
Divulgação / Abic
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