Haddad quer aval do TCU para liberar crédito do Plano Safra suspenso por falta de orçamento
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Congresso ainda não aprovou orçamento de 2025, e taxa Selic mais alta vem encarecendo o programa. Linhas de crédito para a agricultura familiar foram mantidas, diz governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) na próxima semana em busca de um aval para manter os pagamentos do Plano Safra 2024/2025 – maior programa de crédito rural do país, que inclui linhas para pequenos, médios e grandes produtores.
As linhas de crédito para produtores maiores foram suspensas nesta quinta-feira (20). As linhas para a agricultura familiar, segundo o governo, seguem ativas.
O motivo: governo e Congresso ainda não chegaram a um acordo para aprovar o Orçamento de 2025 – e com isso, o Executivo só pode gastar, por mês, o equivalente a 1/12 do previsto para o ano inteiro na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
👨🌾 O Plano Safra é um programa de crédito que oferta dinheiro e cobra juros. Por isso, o custo muda quando a taxa de juros do país sobe, como aconteceu em janeiro e nos meses anteriores.
👨🌾 Quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias foi enviada ao Congresso, em abril de 2024, a Selic estava em 10,75%. Atualmente, está em 13,25% ao ano.
Falta de Orçamento aprovado para 2025 impõe restrições, mas Planejamento não vê impacto no funcionamento do governo
Segundo o Ministério da Fazenda, Haddad "encaminhará ofício ao Tribunal de Contas da União em busca de respaldo técnico e legal para a imediata retomada das linhas de crédito com recursos equalizados do Plano Safra 24/25".
Ao todo, o Plano Safra deste ano prevê R$ 400 bilhões em crédito para médios e grandes produtores – o governo não informou quanto já foi contratado. Há outros R$ 85,7 bilhões para a agricultura familiar.
CONAB mantém estimativa de safra recorde de grãos
'Supersafra' e inflação dos alimentos
Após um 2024 marcado por instabilidade climática e quebras de safra, o Brasil deve colher uma "supersafra" de grãos nos próximos meses. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, o volume colhido deve ser 8,2% maior em 2025, na comparação com o ano passado.
Se confirmada a projeção, a colheita vai bater o recorde histórico. O número inclui produtos que vão diretamente para a mesa dos brasileiros, como arroz, feijão e milho – e também a soja, que vai para a ração animal e impacta no preço das carnes.
Pesquisadores ouvidos pelo g1 afirmam que uma supersafra ajuda, mas não deve gerar impacto imediato na inflação dos alimentos, uma das principais preocupações do país nos últimos meses.
Previsão de recorde na safra de grãos pode ajudar a baixar o preço dos alimentos?
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